Fiquei um tempo sem popstar porque o suposto “gigante” acordou. Fiquei essas duas semanas que nem louca acompanhando tudo de longe, lendo muito e me “politizando”. Acho que a politização de uma grande gama de jovens é o maior legado disso tudo que anda acontecendo. Apesar de muita gente (que eu conheço inclusive) estar indo com o fluxo (imposto pela mídia) e “se manifestando” para fazer bonito no facebook, a passagem abaixou; a Dilma tá propondo plebiscito para fazer uma tal reforma política e e eu e mais um monte de gente começou a entender o que é politica. Agora quem sabe essa galera mais politizada que tá vindo vai poder organizar mais manifestações com reais pautas (não apenas “contra a corrupção”) e mudar de fato o Brasil! Quem sabe!
Mas voltando ao blog. Semana retrasada eu peguei LINDA o trem e fui parar em Derby! Foi super bem recebida pela Rebecca que é uma natalense linda, de cabelo multicolorido e com o sotaque mais fofo do mundo. Derby é uma cidadezinha mais pro norte da Inglaterra e sede do Download Festival. Esse festival é em suma, um festival de metaleiros! Eu comprei ingresso para um dia só, mas com o melhor line up: Entre outras bandas tinha Mastodon, Alice in Chains, Motorhead, Queens of the Stone Age e IRON MAIDEN!
Eu cheguei um dia antes e dormi na casa da Rebecca, o Tito chegou no dia do show de manhã! O festival começava bem cedo, então nem tivemos pressa pra chegar no comecinho… fomos almoçar antes e tal. Comemos no Pizza Express que de express só tem o nome. Demorou pra caramba!!!! Mais do que a gente esperava, infelizmente. Por isso perdemos algumas bandas.
O festival disponibilizou um ônibus que ia da estação central da cidade até o local dos shows (que era um descampadão no meio do nada). Quando estávamos chegando vimos uma galera indo a pé pro lugar, e pro nosso desespero, todos estavam de galocha. Fazia uma semana que chovia todo dia… claro que ia chover no show. Eu e o Tito comentamos que se a gente não escorregasse na lama poderíamos nos considerar sortudos.
Tinha muita gente fantasiada e malucona no show. Nada que eu já não esperasse depois de 4 (ou 5) mêses morando na Inglaterra, esse país de gente louca.
Gente…não que eu tenha ido em muuuitos shows no Brasil, mas os que eu fui (e nos quais eu quase morri esmagada) a coisa funciona muito diferente para “ir chegando na grade”. Aqui, se a gente quisesse ir na grade só pedindo “excuse me” acho que conseguiríamos. Decidi ficar mais longe em um lugar que dava pra eu ver o palco (porque o Tito e seus dois metros de perna vê de qualquer lugar) e ainda assim ficar longe do aperto. Claro que quando os shows começavam dava uma apertada e eu ficava mais vendo o telão do que o palco, mais ainda dava pra eu ver o palco se eu ficasse no ultimo dedinho do meu pé (no Brasil eu só vejo o palco quando o Tito me ergue).
O primeiro show que pegamos foi do Alice in Chais. Constatei duas coisas: inglês é um povo mortásso pra show e as mina curtem MUITO mostrar as tetas. Gente… eles cantavam e todo mundo ouvia de braços cruzados, quando a música acabava, todos aplaudiam e só. Fiquei mega desanimada. Alice in Chains é uma das minhas bandas preferidas e eu simplesmente não empolguei com o show. Preferiria que fosse no Brasil com a galere cantando tudo errado, cantarolando os solinhos, fazendo a bateria no ar e batendo o cabelo. Em relação às meninas; acho que peitos é a coisa que a inglesa tem de melhor. Elas têm geralmente a cara feia, o dente torto, mas os peitos bonitos, então fazem QUESTÃO de mostrar. Fiquei bem chocada eu confesso. Qualquer QUALQUER menina que aparecia no telão mostrava os peitos. Teve uma que deu os peitos pra plateia apertar…tipassim…gentemoderna.
Depois do Alice in Chais veio meu velhinho do Rock preferido e sua trupe do Motorhead. Aí a platéia começou a animar. Ninguém sabe as letras das músicas (acho que nem o Lemmy sabe) mas todo mundo tentava aquela embromada (que nem o Lemmy deve fazer (eu não sei se ele canta, não dá pra entender nada)). Achei muito foda. Sou fan de Motorhead a muito tempo e ver aquelas figuras na minha frente foi uma sensação bem boa. O Lemmy trocou piadas com a plateia (as quais eu obviamente não entendi), o guitarrista achou que era o David Gilmour e fez um solo pinkfloydiano nadavê e o baterista achou que era Neil Peart e fez um solo infinito (em um universo paralelo eu ainda estou lá ouvindo o solo do baterista).
Depois tocou Queens of the Stone Age que não fez brilhar meus olhos, mas fez formigar a bunda de toda a platéia. Não adianta, inglês gosta de ver inglês tocar. Eu prefiro mais ouvir Queens do que ver ao vivo. Todos me tacam pedras agora. Mas sei lá… aqueles homens têm muita cara de cu pro meu gosto.
O ultimo show foi um dos shows que eu mais queria ver na minha vida. IRON MAIDEN. Foi ainda mais incrível pensar que eu vi esse show no país original da banda. Sei lá… foi muita emoção. Show do Iron é lindo. Cheio de trocas de roupas, monstros, cenários e fogos. Bem espetaculoso mesmo. Mas não precisava de nada disso. Bruce Dickinson tem tanta presença de palco que só ele bastava. Ele e aquele guitarrista locão que lança a guitarra pro alto, cata e continua a tocar; e aquele outro guitarrista que parece uma velhinha fofa; eaquele baterista sorridente de nariz chato; e o outro guitarrista e o baixista que também são fodas… enfim… a banda bastava. Mas não… eles nos proporcionam não um show, mas uma experiência divina. Vou deixar aqui um video da execução da The Trooper no documentário Flight 666 , uma das minhas preferidas deles. Tem bandeirinha do UK e tudo!
Eu gritei tanto que devo ter ensurdecido algumas pessoas em volta..mostrar pra esses britânicos como é um comportamento adequado em show do Iron: gritando a alma.
O show acabou e aí me dei conta. EU NÃO CAÍ! Na verdade não choveu e a lama secou! Sou uma bixa de sorte.
Eu e o Tito dormimos na casa da Rebecca linda. No dia seguinte fomos almoçar cedo porque o trem do Tito era antes (o meu só era às 17:30). O Tito foi embora e eu fiquei enrolando no centro de Derby pra passar o tempo. Comprei até uma mala (já que estava na promoção e eu tenho que me mudar daqui nessa sexta). Voltei com toda calma do mundo pra casa da Rebecca, pequei minhas coisas, fomos pra estação e THARAM. O trem pra minha cidade tinha sido às 15:30. Eu perdi um trem de 50 libras (nem quero saber quanto dá isso em reais) simplesmente porque eu-sou-retardada-e-ainda-não aprendi-que-quinze-horas-não-significa-cinco-horas-da-tarde-só-porque-tem-um-cinco no-número-quinze-PORRA!!!
O próximo trem pra minha cidade era só no dia seguinte. Voltei arrasada pra casa da Rebecca que é tão mais tão linda que resolveu dar um jeito na minha mecha colorida pra eu ficar feliz! Ela pintou meu picumã com o mesmo rosa do cabelo dela! Ficou lindo lindo lindo!
Enfim… brigada por tudo Rebecca, sua linda! E venha conhecer as maravilhas (sqn) da Cornualha! =D